O Continente Euroasiático
A sessão de Iniciação à Prática Profissional de dia 18/04/2022, começou com a continuação da análise às planificações de aulas realizadas na aula anterior. Num primeiro momento analisámos aquela que foi a planificação construida pelo grupo de trabalho onde estava inserido. O ano de escolaridade para o qual foi preparado foi o 8.º, com o tema "População e Povoamento" e subtema "Áreas de fixação Humana". O objetivo geral desta aula seria compreender a distribuição da população portuguesa. Foram feitos alguns reparos que considero pertinentes, tais como, acrescentar "Identificar as conceções prévias dos alunos" ao primeiro objetivo específico, e "diálogo sobre a distribuição da população" nas ações estratégicas, visto não estar claro o que "reflexão" significava na prática. O erro mais grave, que levantou mais discussão, foi a expressão "momento expositivo do professor", algo que não deve ser colocado na planificação porque alude a uma metodologia de ensino expositiva e transmissivista que não é aquilo que pretendemos aplicar. Em alternativa a este momento foi sugerido uma atividade em que apresentávamos um texto aos alunos onde estavam incluídos os conceitos que o professor iria expor, e pedir aos alunos que associassem estes à respetiva definição.
A segunda planificação que abordámos destinava-se ao 7.º ano de escolaridade, tinha como tema "Meio Natural" e subtema "Relevo". O objetivo geral seria "Compreender as principais formas de relevo". Este parece-me um objetivo demasiado ambicioso para este nível de escolaridade, principalmente considerando os objetivos específicos mencionados, que neste caso são na sua maioria processos de identificação. Para compreender as formas de relevo é necessário compreender como estas se formam algo que só aprendemos realmente no ensino superior. Em relação ao objetivo específico de "identificar as principais formas de relevo no mundo e na Europa", deveria ser separado em dois, primeiro as formas de relevo da Europa, mencionando nos conceitos a planície europeia e cordilheiras alpinas, e subsequentemente as formas de relevo do mundo colocando nos conceitos os Himalaias, planalto do Tibete e fossa das marianas. Ainda sobre este objetivo, devemos sempre proteger-nos de possíveis erros, dito isto, seria preferível escrever" identificar algumas das principais formas de relevo...", uma que podemos estar a excluir uma igualmente importante. Quando é referida a ficha deveria ser mais claro que atividades estariam na mesma, uma sugestão poderia ser um exercício de exploração de imagens relativas às principais formas de relevo e localização das mesmas em dois mapas de uma ficha de trabalho. Os objetivos ou aquilo que o aluno deve conseguir fazer deve estar sempre escrito começando por um verbo, como aqueles presentes na "taxonomia de bloom" (identificar, criar, analisar, entre outros), algo que falta no objetivo específico “Formas de relevo em Portugal”, que deverá ser substituído por “identificar as principais formas de relevo em Portugal”
Esta planificação de aula e o tema dos relevos mais importantes fez suscitar uma questão importante dado que muitas vezes associa-se aos Montes Urais a justificação por trás da divisão da plataforma euroasática em dois continentes Europa e Ásia. A verdade é que os Montes Urais e/ou o Rio Ural, não servem de barreira física, entre estes dois continentes, para se ter uma noção comparativa, a altitude é inferior à da Serra da Estrela. Um continente é uma grande extensão de terra rodeada por mar, e segundo esta definição não podemos considerar a Europa e a Ásia como dois continentes. A justificação para esta divisão é histórico-cultural e não uma divisão física. A divisão entre a Europa e Ásia data do início do século XVII pelo geógrafo russo Vasily Tatishchev. Este era o geógrafo de Pedro I "O Grande" czar da Rússia, que faz com que, nesta altura, Moscovo passasse a ser europeia. São Petersburgo é considerada a capital do império russo para aumentar os contactos com a Europa através do mar báltico. Podemos então assumir que a divisão entre estes continentes é uma construção geopolítica de Pedro I "O Grande".
Dentro desta temática da fronteira entre a Europa e a Ásia, foram ainda mencionados alguns momentos que acabam por influenciar as relações e diferenças culturais entre o leste e o ocidente, tais como a queda do muro de Berlim (1989), implosão da URSS (1991), independência da Ucrânia (1993) e Comunidade de estados independentes – CEI (os ex-URSS menos os estados bálticos). Além disso, em 1995 entram na União Europeia países como a Finlândia, Áustria e Suécia, dado que são vizinhos da federação russa e havia o receio de uma possível invasão como agora se confirma.
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