Quesões Abertas & Questões fechadas || Proposta de planificação de aula.
A sessão de Iniciação à Prática Profissional 1 referente ao dia 21/03/22, iniciou-se dando continuação à aula anterior onde falámos sobre questões dirigidas à turma ou a um aluno específico. Nesta sessão discutimos outra dimensão do tema geral das "questões", se estas devem ser abertas ou fechadas.
Após um breve debate sobre "questões abertas vs. questões fechadas" chegamos à conclusão de que inicialmente a questão deve ser o mais aberta possível. Isto porque uma questão aberta terá sempre mais respostas corretas que lhe estão associadas, ou seja, serão mais propicias à participação dos alunos. Este contributo poderá despontar um debate sobre o tema que será benéfico para criar interesse nos conteúdos abordados. Colocar uma questão aberta à turma no início da aula pode servir como diagnóstico daqueles que são os seus preconceitos sobre determinado conteúdo e também para o professor perceber qual o nível de familiaridade que a turma tem com o mesmo, ajuizando assim qual a profundidade com que deve abordar cada tema. Caso a pergunta aberta seja demasiado ambiciosa para os alunos e não consigamos obter respostas devemos fechá-la gradualmente até que essa resposta surja para diminuir o leque de respostas possíveis. O exemplo seguinte demonstra uma questão que poderia ser colocada numa aula de Geografia assim como a sua forma aberta e fechada:
- Porque é que existem mais pessoas no litoral do que no interior?
- Pergunta aberta — Como se distribui a população em Portugal?
- Pergunta fechada — Existem mais oportunidades de emprego no litoral ou no interior?
A seguir o Professor direcionou o debate para a organização do quadro, fundamental para apontar os contributos dos alunos provenientes das questões colocadas. A regra geral diz que a pergunta deve ser colocada no topo do quadro, do lado esquerdo, onde deve ficar aquilo que é mais importante e não vai ser apagado. Os desenhos/esquemas que serão apagados devem ficar à direita. Esta é a mesma organização que os manuais escolares devem seguir, e que se justifica com o facto de Portugal e no "mundo ocidental" na sua generalidade escrevermos e lermos da esquerda para a direita, ou seja, o mais importante terá de vir primeiro (à esquerda) para introduzir o que vem depois (à direita).
A segunda parte desta aula baseou-se na análise de um quadro de planificação de aulas distribuído pelo professor. Este exemplo não tem o objetivo de nos limitar a este quadro de planificação, temos a liberdade de optar por outra formatação, mas sim como um exemplo do que pode ser feito. Achei esta tabela muito intuitiva e facilitou bastante a minha organização, portanto optei por utilizá-la nas planificações das aulas que lecionei. Esta proposta de planificação começa por pedir um objetivo geral da aula lecionada, seguido de uma tabela com a seguinte formatação:
Objetivos
Específicos |
Conteúdos/conceitos |
Ações estratégicas |
Recursos |
Tempo |
Importante esclarecer a diferença entre aqueles que devem ser os verbos presentes no início de um objetivo geral ou de um objetivo específico:
- Compreender o conhecimento (geral – porque não designa nenhuma atividade em concreto)
- Distinguir/adquirir conceitos (específico)
- Localizar um fenómeno (específico)
- Explicitar um conceito (específico)
- Realizar uma atividade (específico)
- Problematizar (geral)
Para objetivos gerais o Professor recomendou o verbo compreender, algo com que eu concordo dado que esse deve ser o objetivo geral de todas as aulas, que os alunos compreendam, mas para isso acontecer terão de passar por alguns processos mais simples (segundo a taxonomia de bloom) como distinguir, localizar, entre outros. Não esquecer que os objetivos são feitos para os alunos, ou seja, são direcionados para os mesmos, desta forma têm de ser construídos colocando estes como o sujeito da ação, esta é a regra tanto para a planificação como para práticas que depois se aplicam no momento.
Em relação às práticas pedagógicas e instrumentos a utilizar em sala de aula, abordámos ainda a importância de colocar os alunos a participar na aula, começar com processos simples como escrever uma frase no caderno sobre determinado tema, o que os obriga a, pelo menos, utilizarem os cadernos e pensar sobre os conteúdos. Outras sugestões como, construirmos os nossos próprios textos, visto que pode ser um recurso que ajude a explorar alguns conceitos. Fichas de trabalho, gráficos (projetados para lhes dar destaque), vídeos ou imagens, são mais alguns recursos a ter em consideração na planificação de uma aula. Será importante não deixar um vídeo cair no vazio, este deve ter sempre associado uma ficha de trabalho ou algumas questões que obriguem a estar atento para conseguir responder, esses registos também serão importantes na altura de estudar para uma avaliação. Foi ainda mencionado o sumário que pode ter muita utilidade no final das aulas para síntese e reflexão caso solicitemos a participação dos alunos na realização do mesmo.
No final desta sessão começámos ainda a construir uma planificação de aula, que vou abordar com mais detalhe na publicação referente à aula seguinte.
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